terça-feira, 22 de março de 2011

O que Me Tornei

E quando eu me lembro
Das tardes que pareciam verdadeiras
Dos sonhos que pareciam reais
Das palavras que pareciam raios de sol

Vivo a ilusão dos fatos passados
Que não passam de lapsos de memórias vagas
Que não passam de traços de metal quente que me cicatrizam
Que não passam de cinzas no jardim

Adubando as plantas do rancor
Rancor de faz de conta
Rancor de frases complexas
Rancor de verdades dolorosas

Marcam as sombras das lembranças
Que me tornam o pretérito imperfeito
Que me tornam a melancolia desses dias tristes
Que me tornam a dor que não se sente quando lembrado.

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