Entre o Passado e o Futuro

Onde ficou aquele tempo
Em que a gente não se importava com o tempo?
Onde as amizades pareciam ser para sempre
Nas nossas partidas de futebol de rua?

Onde foi o momento em que crescemos
E deixamos de ser crianças e nos tornamos homens?
Quando foi que largamos nossas bicicletas em que íamos ao colégio
E trocamos pelo ônibus para o trabalho?

Daquele eterno presente em que vivíamos
Das guerras de bola de papel nas aulas de matemática
Aos campeonatos de play nos sábados à tarde
E as conquistas das sextas à noite?

Dos recreios intermináveis brincando de pega-pega
E das colas nas aulas de química...
Onde se perderam essas alegrias?

Das vezes que matávamos aula para beber nossos primeiros pileques
Ou dos dias inteiros que ficávamos empinando pipas...
Em que momento de nossas vidas nós perdemos esse tempo...
Ou foi o tempo que nos perdeu?

E do efêmero presente que nos joga num futuro vazio...
Deixando-nos apenas um passado melancólico...
Aprisionados pelo eterno instante de nossa existência
Nos torna escravos do pior carrasco, nosso passado...