sexta-feira, 29 de março de 2013

Acordado


Acordado sobre a imensidão
Ao longe breves resquícios de solidão
Em volta longos monumentos de exaltação
Dentro de mim, virtuosos diques de proteção.

Adormecido sobre a aquarela
No leve transparecer da luz amarela
Vejo belos palcos de Cinderela
Do meu ser nada além de mim se revela.

Anestesiado sobre uma alma macia
Meu eu de mim vacila
Arrancado da existência a vida
Parte de mim se aniquila.

Alucinado sobre grama verde
Nada mais me convence
Amarrado diante de tudo que é doente
Doentio é o incoerente.

Aniquilado sobre meu ser inato
Nada sobra a não ser meu ser baixo
Rastejando por um mínimo de afago
Constituo-me naquilo que me faço.

Consciente sobre tudo que posso
O infinito é o meu único repouso
Pois, já não me entrego ao que é imposto.
Quero sim, o que é agradável ao meu gosto.
André Preuss.

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